"E toda a cidade se ajuntou à porta. " ( Marcos 1:33 )

...:! Que este seja mais um meio !:...

CRISTO E O SÁBADO (PARTE II)

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Data de publicação: 2024/03/07
Data da alteração: 2024/03/07
  • Localização : Santarém, Portugal

CRISTO E O SÁBADO (PARTE II)

- Os mestres judaicos orgulhavam-se de seu conhecimento das Escrituras, e na resposta do Salvador havia indireta censura a sua ignorância das sagradas letras. “Nunca lestes”, disse Ele, “o que fez Davi quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e tomou os pães da proposição, [...] os quais não é lícito comer senão só aos sacerdotes?” Lucas 6:3, 4. “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”. Marcos 2:27, 28. “Não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo.” “O Filho do homem até do sábado é Senhor. Mateus 12:5, 6.
 
*Por Ellen G. White
Editor: Júlio César Prado
 
Se era lícito a Davi satisfazer a fome comendo do pão que fora separado para um fim santo, então era lícito aos discípulos prover a sua necessidade colhendo umas espigas nas sagradas horas do sábado. Demais, os sacerdotes no templo realizavam maior trabalho no sábado que em outros dias. O mesmo trabalho, feito em negócios seculares, seria pecado, mas a obra dos sacerdotes era realizada no serviço de Deus. Estavam praticando os ritos que apontavam ao poder redentor de Cristo, e seu trabalho achava-se em harmonia com o desígnio do sábado. Agora, porém, viera o próprio Cristo. Os discípulos, fazendo a obra de Cristo, estavam empenhados no serviço de Deus, e o que era necessário à realização dessa obra, era direito fazer no dia de sábado.
 
Cristo queria ensinar, aos discípulos e aos inimigos, que o serviço de Deus está acima de tudo. O objetivo da obra de Deus, neste mundo, é a redenção do homem; portanto, tudo quanto é necessário que se faça no sábado no cumprimento dessa obra, está em harmonia com a lei do sábado. Jesus coroou então Seu argumento, declarando-Se “Senhor do sábado” — Alguém que estava acima de qualquer dúvida, acima de toda lei. Esse eterno Juiz absolve de culpa os discípulos, apelando para os próprios estatutos de cuja violação são acusados.
 
Jesus não deixou passar a questão com uma simples repreensão aos inimigos. Declarou que, em sua cegueira, se haviam enganado quanto ao desígnio do sábado. Disse: “Se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes”. Mateus 12:7. Os muitos ritos deles, destituídos de coração, não podiam suprir a falta daquela verdadeira integridade e terno amor que há de para sempre caracterizar o genuíno adorador de Deus.
 
Cristo reiterou ainda a verdade de que os sacrifícios eram, em si mesmos, destituídos de valor. Eram um meio, e não um fim. Seu objetivo era dirigir os homens ao Salvador, levando-os assim em harmonia com Deus. É o serviço de amor que Deus aprecia. Quando falta esse, a mera rotina da cerimônia é-Lhe ofensiva. O mesmo quanto ao sábado. Visava este pôr os homens em comunhão com o Senhor; quando, porém, o espírito estava absorvido com enfadonhos ritos, o objetivo do sábado era contrariado. Sua observância meramente exterior era um escárnio.
Outro sábado, ao entrar Jesus na sinagoga, viu aí um homem cuja mão era mirrada. Os fariseus O observavam, ansiosos de ver o que faria. Bem sabia o Salvador que, curando no sábado, seria considerado transgressor, mas não hesitou em derribar o muro das exigências tradicionais que atravancavam o sábado. Jesus pediu ao enfermo que se adiantasse, perguntando então: “É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar?” Era uma máxima entre os judeus que deixar de fazer o bem, havendo oportunidade para isso, era fazer mal; negligenciar salvar a vida era matar. Assim Jesus os atacou com suas próprias armas. E eles calaram-se. “E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-Se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra”. Marcos 3:4, 5.
 
Quando interrogado: “É lícito curar no sábado?” Jesus respondeu: “Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados”. Mateus 12:10-12.
 
Os espias não ousaram responder a Jesus em presença da multidão, por temor de se envolverem em dificuldades. Sabiam que Ele dissera a verdade. De preferência a violar suas tradições, deixariam um homem sofrer, ao passo que socorreriam um animal por causa do prejuízo para o possuidor, caso fosse o mesmo negligenciado. Assim, maior era o cuidado que manifestavam por um animal, que por um homem, criado à imagem divina. Isso ilustra a operação de todas as religiões falsas. Criam no homem o desejo de se exaltar acima de Deus, mas o resultado é degradá-lo abaixo do animal. Toda religião que combate a soberania de Deus, despoja o homem da glória que lhe pertencia na criação e lhe deve ser restituída em Cristo. Toda religião falsa ensina seus adeptos a serem descuidosos para com as necessidades, sofrimentos e direitos humanos. O evangelho dá alto valor à humanidade, como resgate do sangue de Cristo, e ensina uma terna solicitude pelas necessidades e misérias do homem. O Senhor diz: “Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir”. Isaías 13:12.
 
Quando Jesus Se voltou para os fariseus com a pergunta se era lícito no dia de sábado fazer bem ou mal, salvar ou matar pôs lhes diante os próprios maus desígnios deles. Estavam-Lhe dando caça à vida com ódio amargo, ao passo que Ele salvava a vida e trazia felicidade às multidões. Seria melhor matar no sábado, como estavam planejando, do que curar o aflito, como fizera Ele? Seria mais justo ter o homicídio no coração durante o santo dia de Deus, que amor para com todos os homens — amor que se exprime em atos de misericórdia? (Foto: Ilustração/Divulgação) (A CONCLUIR).
 
*Ellen G. White é considerada como a autora Americana mais traduzida, tendo sido as suas publicações traduzidas para mais de 160 línguas. Escreveu mais de 100.000 páginas numa vasta variedade de tópicos práticos e espirituais. Guiada pelo Espírito Santo, exaltou Jesus e guiou-se pelas Escrituras como base da fé.
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