"E toda a cidade se ajuntou à porta. " ( Marcos 1:33 )

...:! Que este seja mais um meio !:...

VINHO E BEBIDA FORTE

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Data de publicação: 2024/05/25
  • Localização : Santarém, Portugal

VINHO E BEBIDA FORTE

A Bíblia apresenta muitas APARENTES contradições!
Uma dessas "contradições" encontra-se no último capítulo do livro de Provérbios, livro esse redigido pelo sábio rei Salomão. Eis o que escreveu Salomão, inspirado pelo Espírito Santo (minha ênfase em maiúsculas):
"Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não é próprio dos reis beber VINHO, nem dos príncipes desejar BEBIDA FORTE. Para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos." (Provérbios 31:4-5; ARA).
Aparentemente, logo nos dois versículos seguintes (6 e 7), Salomão parece dizer exatamente o contrário daquilo que disse nos versículos anteriores (4 e 5):
"Dai BEBIDA FORTE aos que perecem e VINHO, aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e das suas fadigas não se lembrem mais." (Provérbios 31:6-7; ARA).
 
A dúvida que pode facilmente surgir na mente de muitos leitores destes textos bíblicos, é, simplesmente, a seguinte: mas, então, é apropriado, ou não é apropriado, beber "vinho" e "bebida forte"?
Aquilo que "salta à vista", de imediato, é que Salomão está, de facto, a dirigir-se a dois grupos diferentes de pessoas:
• aos "reis" e "príncipes";
• "aos que perecem" e "aos amargurados de espírito".
 
Mas ... será que se pode fazer uma distinção tão marcante entre pessoas, segundo o seu estatuto social (reis e príncipes) e a sua condição de vida e/ou a sua condição psicológica (os que perecem e os amargurados de espírito)? Será que era isso que Salomão tinha em mente e que Deus o inspirou a escrever - fazer uma distinção de pessoas - quando o próprio Deus não a faz: "Deus não faz distinção de pessoas" (Atos 10:34; ARC)?!? Não, claramente, esta resposta não é minimamente satisfatória, pois é incoerente com a restante Revelação bíblica!
 
Outra hipótese interpretativa: o "vinho" e a "bebida forte" não são apropriados para:
• os sacerdotes: "Falou também o Senhor a Arão [que era sacerdote], dizendo: VINHO ou BEBIDA FORTE tu e os teus filhos não bebereis quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações, para fazerdes diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo e para ensinardes aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por intermédio de Moisés." (Levítico 10:8-11; ARA; cf. Números 6:3);
• os filhos de Deus, em geral, pois estes são considerados como sendo um "sacerdócio real" (1 Pedro 2:9), isto é, como sendo "sacerdotes" e "reis". Esta interpretação, convenhamos, é perfeitamente coerente com a teologia bíblica, a saber, com a visão geral da Bíblia.
 
Contudo, resta-nos solucionar uma última questão: QUEM SÃO os "que perecem" e os "amargurados de espírito"?
Parece óbvio identificar aqueles "que perecem", certo? Os "que perecem" são aqueles que ... estão para morrer, ou seja, todos aqueles que já se encontram "à beira", ou "às portas", da morte! Será? Esta interpretação estaria corretíssima, SE ... não esbarrasse com um outro dado bíblico que deita por terra esta interpretação: de facto, quando Cristo já estava pregado e pendurado na cruz, ao dizer que tinha sede, foi-Lhe dado a beber vinagre (que é, sem dúvida, uma bebida forte). Contudo, embora Cristo tivesse provado tal bebida - certamente por desconhecer que se tratava de vinagre, por estar embebido numa esponja - Ele NÃO a bebeu (ver: Salmos 69:21; Mateus 27:48, 34; Marcos 15:23; Lucas 23:36 e João 19:28-30). E a pergunta que não quer calar, é a seguinte: então por que razão JESUS não seguiu a recomendação que Ele próprio tinha dado através de Salomão, e bebeu a bebida forte, uma vez que estava a perecer, na cruz? Tem que haver, por conseguinte, uma outra explicação!
 
Ellen White comenta, deste modo, a recusa de Jesus em ter bebido aquela bebida forte:
"Aos condenados à morte de cruz, era permitido ministrar uma bebida entorpecente, para amortecer a sensação da dor. Ela foi oferecida a Jesus; mas, quando a provou, recusou-a. Não aceitaria nada que obscurecesse a Sua mente. A sua fé devia firmar-se bem em Deus. Esta era a Sua única força. Obscurecer a Sua mente era oferecer vantagem a satanás." (EGW, O Desejado de Todas as Nações, Publicadora SerVir, pág. 637 e 638 da edição mais antiga).
 
Quem são - pergunto novamente - os "que perecem"? Não podem ser, simplesmente, aqueles que estão à beira da morte, pois, neste caso, teria sido legítimo Jesus ter sorvido aquela bebida forte (ou entorpecente, para a mente). Se Jesus não bebeu aquela bebida, então a Sua decisão é um exemplo normativo para nós, Seus discípulos, e temos que compreender aqueles "que perecem" como sendo aqueles que estão à beira da perdição, isto é, da morte eterna! O que é que significa o verbo "perecer" no contexto do versículo mais conhecido dos cristãos - o texto de João 3:16? Não aparece em contraste com a "vida eterna"? Por conseguinte, "perecer", em João 3:16, significa o oposto de "vida eterna", ou seja, significa a morte eterna! Ora é precisamente a esses que estão a "perecer" e que, por isso, estão "amargurados de espírito" - porque o Espírito Santo, que é o Consolador (ver: João 14:16, 26; 15:26;16:7), não os consola mais - que se deve dar "vinho" e "bebida forte" (ou entorpecente), porque ... já nada mais há a fazer por eles!
 
Uma última questão: que "bebidas fortes" estão, hoje, à nossa disposição? Não poderemos ou não deveremos incluir, nesta categoria (de "bebida forte"), toda e qualquer substância que, ao ser assimilada no nosso organismo, provoque um efeito entorpecedor na nossa mente? Eu, muito sinceramente, creio que sim!
 
Resumindo e concluindo: a quem não deve ser ministrado substâncias entorpecedoras, e a quem devem ser ministradas essas substâncias? Aos que desejam manter impoluta a sua condição de "reis" e de "príncipes" diante do SENHOR, "NÃO É PRÓPRIO" (Provérbios 31:4) tomá-las! Pelo contrário, para quem se afastou tanto do SENHOR, que já não consegue "firmar-se bem em Deus" (DTN, pág. 638), essas substâncias podem e devem ser dadas, para minorar a angústia que sentem pelo seu afastamento definitivo da Fonte de todo o consolo!
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